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Coluna Saúde & Vida - Verão chegando: Como escolher seus óculos de sol?


A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o uso de óculos com lentes que filtrem 100% da radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol sempre que ultrapassar 6. A previsão do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) é de que neste verão a radiação em todo o País fique acima de 11, atingindo índices extremos de 12 a 14. Chamamos a atenção para a previsão de dias nublados e até pancadas de chuva nesta época. Isso porque muitos deixam a proteção de lado nestes dias, mas há evidências de que 70% da radiação atinge os olhos mesmo quando o sol está sob nuvens. Em dias de radiação extrema o índice de UV continua sendo bem mais que o considerado seguro para nossos olhos. (Continua após a publicidade)

O problema é que um levantamento feito com 814 participantes mostra que só 45% costumam se proteger o ano todo. A parcela dos protegidos pode ser ainda menor. Isso porque, um estudo de engenharia médica mostra que o alto índice de radiação solar no Brasil faz com que a durabilidade do filtro das lentes seja em média de dois anos e muitas pessoas não trocam os óculos de sol com esta frequência.


Efeitos imediatos


Duas alterações decorrentes da radiação ultravioleta podem ser notadas imediatamente. Uma é o escurecimento e degeneração da pele das pálpebras, que eleva o risco de contrair câncer de pele na região. A outra, ressalta, é a fotoceratite, uma inflamação da córnea por queimadura de primeiro grau que geralmente ocorre após 6 horas ininterruptas de exposição ao sol sem proteção. Os sintomas são olhos vermelhos e ressecados.


O problema é que a fotoceratite não é levada a sério por muitas pessoas porque depois de 48 horas de afastamento do sol os sintomas desaparecem. Isso não significa ausência de risco. A inflamação provoca o desprendimento de células do epitélio (camada externa da córnea) e a córnea fica mais vulnerável à inflamações.


Efeitos cumulativos


As doenças mais graves resultam do efeito cumulativo do sol. A radiação UV aumenta em 60% a chance de desenvolver catarata, opacificação do cristalino, que responde por 49% dos casos de perda da visão no país, e cresce 20% ao ano. O único tratamento é a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular.


Outra doença grave que pode ser causada pelo sol é a degeneração macular. Provoca a morte das células da mácula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes. Quando é descoberta em estágio inicial pode ser tratada com injeções antiangiogênicas, mas muitos casos levam à perda irreparável da visão.


Uma terceira doença decorrente da radiação UV é o pterígio, caracterizado pelo espessamento da conjuntiva, membrana que cobre a parte branca do globo ocular e a superfície interna das pálpebras. Quando pequeno é tratado com pomadas anti-inflamatórias, mas se cresce e atrapalha a visão pode ser extraído por cirurgia.


Como escolher os óculos


A forma mais segura de garantir a qualidade das lentes é verificar se têm a certificação ABNT NBR ISO 15111. Lentes sem proteção são piores do que a falta de óculos de sol porque escurecem a região dos olhos e por isso dilatam a pupila, permitindo que mais radiação penetre.


  • As lentes cinza, âmbar e marrom são as mais adequadas para o dia a dia e para motoristas porque eliminam reflexos, permitem boa visão de contraste e de profundidade.

  • Para esportes aquáticos as lentes rosa e púrpura melhoram a visão de contraste em fundos verdes ou azuis.

  • No lusco-fusco do entardecer, são mais indicadas as lentes amarelas que reduzem o ofuscamento de motoristas provocados pela luz dos faróis.


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