Inflação tem maior alta para setembro desde o Plano Real e atinge 10,25% em 12 meses
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou e subiu 1,16% em setembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira. É a maior taxa para o mês desde o plano Real, lançado em 1994 e que acabou com a hiperinflação. Em setembro daquele ano, o índice ficou em 1,53%. (Continua após a publicidade)
A escalada dos preços já faz o brasileiro conviver com uma inflação de dois dígitos — algo que não ocorria desde fevereiro de 2016, quando o indicador chegou a 10,36%. Em 12 meses, a alta acumulada é de 10,25%.
Analistas consultados pela Reuters projetavam aumento de 1,25% no mês e avanço de 10,33% em 12 meses.
Energia elétrica sobe 6,47%
Dos nove grupos pesquisados, oito subiram em setembro. O destaque ficou para o grupo Habitação (2,56%), puxado pelo aumento de 6,47% na conta de energia elétrica, por conta da crise hídrica.(Continua após a publicidade)
O item teve o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, e acumula alta de 28,82% em 12 meses. A entrada da bandeira de escassez hídrica, que passou a vigorar no dia 1º do mês, adicionou uma sobretaxa de R$ 14,20 a cada 100 kWh.
Com perspectiva de ficar em vigor até abril de 2021, a conta de luz tem pesado no orçamento das famílias. Além disso, houve reajustes tarifários no mês em Belém, Vitória e São Luís.
Outro item que pesou no indicador foi o gás de botijão. Os preços do GLP subiram 3,91% em setembro.
— A gente tem observado uma sequência de aumentos do GLP (gás liquefeito de petróleo) nas refinarias pela Petrobras. Há ainda os reajustes aplicados pelas distribuidoras. Com isso, o preço para o consumidor final tem aumentado a cada mês. Já foram 16 altas consecutivas. Em 12 meses, o gás acumula aumentos de 34,67% — detalha Kislanov.
Gasolina acumula alta de 39,60% em 12 meses
O segundo maior destaque ficou para o grupo Transportes, que subiu 1,82%, e acelerou, mais uma vez, por conta dos combustíveis, que subiram 2,43%.
A gasolina subiu 2,32%, o etanol 3,79%, o gás veicular 0,68% e o óleo 0,67%. Em 12 meses, a gasolina já aumentou 39,60% e o etanol, 64,77%.
Os dados mostram que a inflação em 12 meses continua acelerando e permanece bem acima do teto da meta estabelecida para o ano pelo Banco Central, de 5,25%.
Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as projeções do mercado, indica que as expectativas para a inflação deste ano sobem pela 26ª semana seguida. Há um mês, estava em 7,7%. Agora já se espera que a inflação encerre o ano em 8,7%.
A piora do cenário inflacionário também contamina as expectativas para 2022. É a 11ª semana seguida em que o mercado revisa para sua projeção, chegando a 4,14%.
Fonte: extra.globo.com
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